sempre pensando em você
naquela garagem,
sempre com folhas secas
da amoreira do seu quintal.
Escrevo poesias que nunca acabei,
sempre com seu cheiro
fixado nas minhas narinas.
Escrevo poesias que nunca acabei,
vendo você acordar
e ajeitar seus cachos
no espelho de tevê
do seu quarto pequeno.
Escrevo poesias que nunca acabei
do dia que você me mostrou Belchior
e achei a voz parecida
com aquele cara
do Mamonas Assassinas.
Escrevo poesias que nunca acabei
sobre as viagens energéticas
que tivemos na sua cama pequena
(que cabe exatamente o tamanho dos ossos corpos juntos)
e todas as vezes
que me trouxe de volta.
Escrevo poesias que nunca acabei,
e não me cabem mais.
Como de costume,
deixo essa pela metade.
Te conto o final
quando te encontrar
(hoje
ou
jajá).
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