quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Escrevo poesias que nunca acabei, 
sempre pensando em você
naquela garagem,
sempre com folhas secas 
da amoreira do seu quintal. 
Escrevo poesias que nunca acabei,
sempre com seu cheiro
fixado nas minhas narinas. 
Escrevo poesias que nunca acabei, 
vendo você acordar 
e ajeitar seus cachos 
no espelho de tevê 
do seu quarto pequeno. 
Escrevo poesias que nunca acabei 
do dia que você me mostrou Belchior
e achei a voz parecida 
com aquele cara 
do Mamonas Assassinas. 
Escrevo poesias que nunca acabei 
sobre as viagens energéticas 
que tivemos na sua cama pequena
(que cabe exatamente o tamanho dos ossos corpos juntos) 
e todas as vezes 
que me trouxe de volta. 
Escrevo poesias que nunca acabei,
e não me cabem mais. 
Como de costume,
deixo essa pela metade. 
Te conto o final 
quando te encontrar 
(hoje
ou
jajá).

Nenhum comentário:

Postar um comentário